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Se não vai pelo amor, vai pelo amor!

  • Foto do escritor: Isadora Verly
    Isadora Verly
  • 3 de jan. de 2024
  • 3 min de leitura

Meu primeiro aluno individual tinha quase 80 anos na época, isso em 2014, eu atendia outras idades também, mas a maioria estava entre 70 e 95 anos. Eu sempre me inspirei muito neles, em seus corpos velhos. O corpo envelhece, isso é um fato, por mais que tentemos não envelhecer, ele sente o tempo cronológico. E para quê tentamos a todo custo impedir esse acontecimento natural do nosso corpo? Eu começo a pensar que não é só pela estética, mas tem uma parcela de culpa aí também, e o que é a culpa se não aquilo que fazemos ou tentamos fazer para nos encaixar no que o outro quer da gente, aquilo que 'temos que fazer' com tal idade, com tal profissão e assim vai...

Fazemos exercícios da moda, dieta da moda, tratamentos de beleza da moda e assim vamos acumulando lesões, efeito sanfona e desfiguração. Na verdade eu não tenho nada contra quem quer fazer isso tudo, se existe, com certeza é bom para alguém. Meu questionamento aqui é para que entramos nessa inércia. 

Fui passar a virada do ano(23-24) em uma casa parceira da natureza, não era um acampamento no meio do mato, era uma casa confortável e digamos de passagem, lindíssima, e aos seus arredores estava ela lá, toda exuberante rindo da minha cara quando eu ia subir o morro para a outra instalação da casa e ficava ofegante. Enquanto a moça que habita essa casa diariamente me fala: “Eu já nem sinto mais”. Que baque para mim, que moro em um apartamento de 45m², a única coisa que eu consegui fazer foi rir e concordar. Eu acho que eu ri foi de nervoso e culpa, porque em algum lugar como educadora física e artesã do movimento eu me obriguei a subir o morro sem cansar, mas eu não subo morro no dia a dia, só quando vou na esteira da academia e coloco uma nível mais alto de inclinação. E aí podemos pensar… vamos mudar pro mato e viver com saúde subindo e descendo morros, comendo a comida da horta!! Sim, para quem quiser viver isso, sim, vá com tudo! Mas eu pessoalmente preciso de gentes, uns humanos, um pouco de cidade, um pouco de mar, um pouco de natureza, um pouco de carnaval, trabalho e forró,  junta tudo no liquidificador e vira o Rio de Janeiro, cidade que escolhi para morar. 

E o grande desafio de quem mora na cidade é não se entregar ao fluxo da cidade, se assim for é só trabalho, telas e ifood. Aí minha gente, a coisa complica, a saúde pânica e o que fazemos? Corremos para os tratamentos da moda, pois como não nos cuidamos no dia a dia com amor, aí vai pela dor. E assim, no fundo, no fundo ninguém quer sentir dor! 

Venho ouvindo muitas pessoas com o meu trabalho de corpo, esse ano faço 10 anos de formada(uau tempo) e venho observando as mudanças que a continuidade faz com o corpo das alunas e alunos, e quando falo de corpo leia-se mente, emoções, espírito e corpo fisiológico. 

E o que me interessa, sempre interessou e acredito que sempre irá interessar nessa pesquisa é o movimento da vida cotidiana. O que as pessoas fazem em seu dia a dia, como o corpo fica posicionado em certas situações, como as pessoas cuidam de sua pele, de seu organismo, quais movimentos dão prazer para essas pessoas e como eu, artesã do movimento, posso ajudar a moldar esses barros de acordo com suas necessidades e desejos através desse estudo de corpo somático e funcional que venho pesquisando há 10 anos. Cada um tem uma pesquisa de interesse, uns são engenheiros, outras são escritoras, cozinheiras, costureiros, nutricionistas e assim vai…Eu sou educadora física de formação universitária, terapeuta do movimento através de pós graduação, artista pela universidade da vida e estudiosa do corpo graças as alunas e alunos que me acompanham. E assim podemos trocar conhecimentos e encarar o mundo com um olhar mais afetivo, ninguém sabe tudo, não dá tempo na cronologia, eu não faço ideia como instalar um ar condicionado, mas tem gente que sabe fazer isso muito bem, o que posso oferecer são exercícios para fortalecimento de braços, cervical e core, além de uma manutenção com massagem para o corpo todo, com foco em cervical, face do rosto e braços, pois essa pessoa usa muito essas áreas em seu trabalho. 

Então, em resumo, vamos nos mover com amorosidade! Sem se exigir demais, sem se comparar com algo que não é possível de se comparar, vamos aceitar que não dá para saber tudo e sempre lembrar que vamos envelhecer, e que queremos envelhecer bem, com saúde e criatividade! 


 
 
 

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